quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Reiniciar pode ser um bom avanço

Quantos de nós já não passamos por esta situação: computador travado, nenhum comando responde, o trabalho, relatório ou e-mails prontos para serem concluídos ou enviados e nada. Nenhum sinal.
O que começou com um simples: Putz, logo agora! Passa a tomar proporções maiores e perigosas, principalmente com as inúteis tentativas de acionar botões, agora de maneira irracional e com uma força já desproporcional a necessária, ou de tentar lembrar o que o carinha que resolveu da última vez fez exatamente. A mesma máquina e teclado que em há poucos minutos atrás tinham sido até então responsáveis em conduzir ideias, pensamentos, mensagens, documentos tão importantes e significativos, passam a ser alvo da mais alta demonstração de insatisfação, inconformidades e dependendo do transtorno e stress causado, adjetivos não tão gentis e amigáveis.
Confesso que da última vez que me aconteceu algo do tipo, o pouco de racionalidade que ainda restava naquele momento me ajudou a telefonar para um amigo que trabalha com informática. Sorte dele, a minha e a do computador, que atendeu logo que liguei. Depois de descrever o que acontecia, me deu o comando que para mim naquele momento foi mágico, a solução para todos os males e sei lá mais o que, de tão impressionante o resultado que gerou. Disse ele: – Reinicia. E em um instante, o computador voltava a ser aquele quem nunca deixou de ser: com seus arquivos, informações, dados, e-mails, programas e tudo mais, que por minutos pareciam ter sido travados ou bloqueados por causas não explicáveis e incompreensíveis.
Nós também travamos. Em forma de pensamentos, quando precisamos encontrar uma resposta ou tomar uma decisão e não conseguimos avançar; nos relacionamentos familiares, amorosos e de amizade, quando fica difícil encontrar palavras e formas de manifestar o que realmente estamos sentindo, e quem está do outro lado acaba por não compreender o que realmente queremos de fato; no meu caso específico, já tive treinos de corrida em que a sensação que tinha era a de não sair do lugar, apesar de todo o esforço. Algumas dessas situações pode até ser que se encontre a verdadeira causa. Mas em outras pode ser que não.
E quando não conseguimos entender o que se passa, o melhor a fazer é sim: reiniciar! Antes de ficar na tentativa de destravar a qualquer custo, como eu tentava na história do computador, recomeçar, refazer e/ou reconstruir, amizades, projetos pessoais e profissionais, pode ser a única forma que nos possibilite avançar e conquistar nossos e novos objetivos. Junto a isso não pode faltar algo que considero essencial: o reconhecimento de que se precisa voltar algumas casas, como dizia no jogo de tabuleiro ao darmos uma resposta errada. E aí sim fazer todo esse movimento de retorno.

A mesma capacidade e energia que todos temos de seguirmos em frente em busca de resultados, que possa ter uma parte reservada para quando precisarmos dar uma parada e refletida sobre todos prós e contras, dos ônus e dos bônus, das vantagens e desvantagens. E que se tenha a confiança que ao retomarmos ou reiniciarmos o caminho da onde paramos, já não seremos mais a mesma pessoa.
(Texto recebido por email de minha amiga Eleonôra Almeida Rodrigues)